Análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória são técnicas que têm o objetivo de encontrar a estrutura subjacente de uma série de itens de um questionário ou escala.
A análise fatorial exploratória é uma técnica exploratória, e o software irá encontrar o melhor número de fatores e quais itens fazem parte de cada um dos fatores, por meio do padrão de correlação dos itens. O termo “exploratória” advém do fato de que o pesquisador não escolhe nada do modelo, como o número de fatores ou quais itens fazem parte de cada um dos fatores. O programa é livre para encontrar essa estrutura.
Já na análise fatorial confirmatória, o pesquisador precisa estipular a priori quantos fatores tem o instrumento e quais itens fazem parte de cada um desses fatores. Neste sentido, o termo “confirmatória” advém do fato de que o programa irá tentar confirmar a estrutura proposta pelo pesquisador.
A grande dúvida, entretanto, é sobre qual procedimento escolher.
Análise Fatorial Exploratória ou Análise Fatorial Confirmatória: Qual escolher?
Em geral, utilizamos a análise fatorial exploratória quando estamos diante de um instrumento novo, ou quando não temos evidências fortes sobre a estrutura da medida em outras amostras, ou ainda quando a estrutura fatorial do instrumento se demonstrou instável em outras pesquisas e não temos segurança sobre o modelo.
Nesse caso, tendemos a realizar uma análise fatorial exploratória para ver como os dados se agrupam na nossa amostra.
Por outro lado, utilizamos a análise fatorial confirmatória quando queremos confirmar uma estrutura teórica pré-existente, derivada de pesquisas anteriores. Além disso, a análise fatorial confirmatória também pode ser usada para testar modelos concorrentes. Ou seja, quando a literatura apresenta mais de uma solução fatorial, é possível realizar a análise fatorial confirmatória para avaliar a plausibilidade das diferentes estruturas em sua amostra.
Em síntese, deve-se usar a análise fatorial exploratória quando há nenhuma ou pouca evidência sobre a estrutura da medida. Por outro lado, deve-se optar pela análise fatorial confirmatória quando já há evidências que mostrem um caminho a ser testado.
Para finalizar este post, gostaria de responder a uma pergunta que recebo com frequência:
“Estou criando uma medida nova, posso realizar uma análise fatorial confirmatória direto?”
A resposta é que essa prática é pouco usual.
Embora seja provável que você tenha uma estrutura hipotética, que foi utilizada para criar os itens, em geral, coloca-se essa estrutura à prova por meio da análise fatorial exploratória, pois não há evidências empíricas ainda se essa estrutura realmente irá funcionar e se é a mais adequada para os dados.
Se optar por fazer uma análise fatorial confirmatória, eventualmente pode-se obter bons índices de ajuste, atestando a plausibilidade do modelo, mas fica-se sem informações sobre se a análise fatorial exploratória poderia encontrar uma estrutura diferente e eventualmente mais adequada do que a testada via análise confirmatória.
Para ler mais sobre o tema, recomendamos a leitura de Orcan (2018).
Conclusão
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Referência
Orcan, F. (2018). Exploratory and confirmatory factor analysis: Which one to use first. Journal of Measurement and Evaluation in Education and Psychology, 9(4), 414-421. https://dergipark.org.tr/en/download/article-file/608228
Como citar este post
Damásio, B. (2023, 4 de março). Análise fatorial exploratória ou análise fatorial confirmatória: Qual escolher? Blog Psicometria Online. https://www.blog.psicometriaonline.com.br/analise-fatorial-exploratoria-ou-analise-fatorial-confirmatoria-qual-escolher/
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