Fidedignidade e validade de um teste são dois dos principais conceitos na psicometria clássica. Ambas são importantes para garantir que um teste seja confiável e válido para o seu propósito.
Neste post, vamos explorar o que é a fidedignidade e a validade de um teste, qual a diferença entre esses dois conceitos e fornecer alguns exemplos para ajudar a entender como eles podem ser aplicados na prática.
Fidedignidade de um teste
A fidedignidade, também chamada de confiabilidade de um teste está relacionada com a replicabilidade e consistência dos escores obtidos. Um exemplo de fidedignidade seria um teste de memória que é aplicado duas vezes para o mesmo grupo de pessoas com um intervalo de uma semana entre as aplicações.
Se os resultados obtidos nas duas aplicações forem semelhantes, isso indica que o teste é fidedigno. Ou seja, significa que o teste é capaz de medir a memória da mesma maneira em diferentes ocasiões. Esta é uma uma das formas mais comuns de avaliar a fidedignidade de um teste, denominada como teste-reteste.
Outra maneira de avaliar a fidedignidade é por meio da consistência interna, a consistência interna é uma medida de confiabilidade em que os itens em um teste são correlacionados a fim de determinar a forma como eles medem o mesmo construto ou conceito. A medida de consistência interna atualmente recomenda é o ômega de McDonald.
Validade de um teste
A validade de um teste refere-se à sua capacidade de medir o que se propõe a medir. Em outras palavras, um teste é válido quando mede o que se espera que ele meça.
Na mais recente publicação Standards for Educational and Psychological Testing, a validade refere-se ao “grau no qual o acumulo em que a evidência e a teoria apóiam as interpretações dos resultados dos testes para usos propostos dos testes”.
Assim, a validade envolve o acumulo de evidências de validade com o intuito de prover uma base cientifica para as interpretações dos resultados dos testes. E, embora diversos tipos de evidências possam ser utilizados, não temos diferentes tipos de validade. A fontes de evidências podem iluminar os diferentes aspectos da validade, mas não representam diferentes tipos de validade.
Qual a diferença entre fidedignidade e validade de um teste
Para entender a diferença entre fidedignidade e validade, podemos usar o exemplo de uma balança de banheiro. Se usarmos uma balança para pesar um objeto repetidamente e obtermos resultados consistentes, podemos dizer que a balança é confiável.
No entanto, se a balança estiver descalibrada e mostrar um peso incorreto, ela não é válida para medir o peso do objeto. Da mesma forma, um teste pode ser confiável em termos de pontuações consistentes, mas se não estiver medindo o que se pretende, ele não tem validade. Portanto, é essencial que os testes sejam tanto confiáveis quanto válidos para que possam fornecer informações precisas e úteis para os profissionais.
Por fim, é importante notar que a fidedignidade e a validade não são características inatas de um teste. Elas podem ser afetadas por vários fatores, incluindo a qualidade dos itens do teste, a forma como o teste é administrado e pontuado, a população a que o teste é aplicado e o contexto em que o teste é utilizado.
Ao desenvolver e usar testes psicológicos, é importante avaliar a fidedignidade e a validade em cada caso específico e garantir que as melhores práticas sejam seguidas para maximizar a qualidade dos resultados.
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Como citar este post
França, A. (2023, 27 de abril). Qual a diferença entre fidedignidade e validade de um teste? Blog Psicometria Online. https://www.blog.psicometriaonline.com.br/qual-a-diferenca-entre-fidedignidade-e-validade-de-um-teste/