Neste post, vamos focar em um importante conceito na área da psicometria, a saber, a validade convergente. Ela se refere à extensão na qual uma medida está relacionada a outras medidas que avaliam o mesmo construto ou fenômeno.
Pasquali (2003) define esse conceito como a relação significativa entre duas ou mais medidas de um mesmo construto ou de construtos teoricamente relacionados, utilizando-se diferentes métodos ou instrumentos de avaliação.
Porém, podemos dizer que, dentro da validade convergente, temos suas contrapartes positiva e negativa. Em seguida, veremos cada uma delas.
Validade convergente positiva
A validade convergente positiva ocorre quando duas ou mais medidas relacionadas a um construto específico se correlacionam de maneira significativa e positiva. Por exemplo, imagine que estamos interessados em medir a inteligência emocional de um indivíduo.
Usamos um teste padronizado que avalia sua capacidade de reconhecer e gerenciar emoções, e também um questionário em que os participantes relatam suas próprias percepções sobre suas habilidades emocionais.
Se essas duas medidas apresentarem uma correlação positiva, isso sugere que elas convergem para avaliar a mesma faceta da inteligência emocional. Espera-se que essa correlação seja moderada, ou seja, com r entre 0,30 e 0,70.
Veja também: Validade baseada nas relações com medidas externas
Validade convergente negativa
A validade convergente negativa ocorre quando duas ou mais medidas relacionadas a um construto se correlacionam de maneira significativa, mas negativamente. Vamos supor que estamos interessados em medir os níveis de depressão dos respondentes.
Usamos um teste que mede a depressão, no qual uma pontuação alta sugere maiores níveis de depressão, e um teste de otimismo, onde escores mais altos sugerem maiores níveis de otimismo. Se essas duas medidas apresentarem uma correlação negativa, isso sugere que elas convergem de forma negativa.
Embora alguns autores utilizam o termo validade divergente para se referirem à validade convergente negativa, o termo divergente não aparece nos manuais da American Psychological Association. Sendo assim, nós não endossamos o uso desse termo neste post.
Vantagens e desvantagens da validade convergente
A validade convergente tem como vantagem ser mais uma medida de evidência de confiabilidade dos resultados, aumentando a probabilidade de que as medidas sejam verdadeiramente representativas do construto de interesse.
Em contrapartida, é importante mencionar que a correlação entre as medidas pode ser influenciada por fatores externos, como o contexto ou a cultura. Portanto, se o construto com o qual está trabalhando/pesquisando possui evidências de direcionamento, o ideal é buscar evidências de validade por meio de modelagem por equações estruturais.
Além disso, às vezes, pode ser difícil encontrar medidas adicionais que avaliem o mesmo construto, o que pode restringir a aplicação de técnicas que avaliem essa evidência de validade.
Por fim, a dica é reunir outras evidências de validade para garantir que o instrumento está medindo o que se propõe a medir. Em especial, garantir excelentes evidências de validade de conteúdo, por exemplo utilizando índice de validade de conteúdo (IVC).
Saiba mais: Validade baseada no conteúdo
Conclusão
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Referência
Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na psicologia e na educação. Vozes.
Como citar este post
França, A. (2025, 19 de março). O que é validade convergente? Blog Psicometria Online. https://www.blog.psicometriaonline.com.br/validade-convergente/